Qual o problema de tornar os nossos filhos os reis da casa?
Costumo por brincadeira chamar os meus filhos de príncipes e hoje li um artigo que me fez perceber porque é que não chamo os meus filhos de reis ou rainhas.
Já referi em artigos anteriores o respeito que tenho pelos meus filhos, desde o dia em que nasceram, respeito-os e converso com eles desde sempre.
Falamos e tudo é explicado, não existe um “não porque eu não quero”. Existem nãos com explicações válidas que são, por norma, bem aceites.
Com a justificação aumenta também a percepção que têm das situações que os rodeiam, o que aumentará possivelmente a maturidade deles.
Não mudei a minha vida quando eles nasceram, adaptei-a. Não deixei de ser eu própria, mas há coisas que foram ajustadas. Saía imenso à noite quando era mais nova, com a chegada dos filhos não deixámos de sair, mas saímos menos. Nunca dissemos que tínhamos o problema dos filhos, porque para nós nunca foi um problema.
Somos uns apaixonados por viagens e os nossos filhos também já são.
Há uma adaptação de parte a parte. Não deixamos de fazer nada, mas adaptamo-nos. Os nossos filhos, que se deitam normalmente às 20h30m, nas viagens acabam por se adaptar aos horários. Vamos falando com eles e explicando minuciosamente o que vai acontecer.
Não vejo a presença dos meus filhos como uma complicação para as viagens, eles comportam-se, na generalidade, muito bem. Precisam de dormir, obviamente, como todas as crianças e quando não o fazem ficam cansados e têm momentos menos positivos. Compete-nos a nós, pais, encontrar formas de descanso. Por norma aproveitamos momentos de viagem e dizemos-lhes que têm de descansar naquele momento, que se não o fizerem teremos de ir para o quarto para eles dormirem. Como sabem que o faremos e que não é só uma ameaça, aproveitam mesmo os momentos para ir descansando.
Balanceamos as atividades lúdicas que realizamos, o que não quer dizer que não visitemos um museu de adultos, mas depois faremos algo de crianças.
Claro que o parque infantil é uma atividade que já está sempre no nosso roteiro, assim como o tempo que despendemos com eles, não é tempo para eles, mas com eles.
Quando levo o meu filho a alguma atividade não fico à espera dele, mas aproveito para tirar aquele tempo para mim, normalmente vou fazer uma boa caminhada e “arejar as ideias”, claro que estou a fazer tempo até ele sair, mas arranjo uma ocupação em que todos estejamos a usufruir.
Lembro-me de andar a ser discutida há muitos anos a importância e a necessidade das atividades extracurriculares. Trabalhei com crianças, tanto em contexto de ATL, como a dinamizar atividades físicas e nessa altura achava tudo tão divertido e educativo que não pensava propriamente que as crianças precisam de descansar e de ter o seu próprio tempo. Aliás, eu nunca consegui estar quieta sem fazer nada, portanto tenho dificuldades em perceber essa parte, mas respeito. Os meus filhos também têm esses “bichos carpinteiros”, mas têm tempo para brincar livremente e quando não têm ficam irrequietos. São sequiosos de conhecimento e de coisas novas.
Ouvi já algumas vezes pais que diziam: “agora são os nossos filhos que mandam cá em casa”! Pais, não fiquem prisioneiros das atividades dos filhos, cheguem a compromissos. Não há nada mais penoso que, no final de algum tempo, acharmos que não fomos capazes de utilizar o nosso tempo e de ser felizes.
Claro que quando falo disto com alguém ouço sempre: “mas tu tens muita sorte porque os teus filhos são fáceis”. Aos olhos de quem vê por fora são muito fáceis, analisando a situação friamente digo que os meus filhos são exigentes como todas as outras crianças.
Só é necessário saber levá-las! E comunicar muito, eles percebem tudo!
Aí em casa têm reis ou princípes?
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