Crianças e o Pai-Natal


Desde sempre me lembro de ouvir que o Natal é das crianças mas eu pessoalmente acho que o Natal é de todos nós!!! 

Não esquecendo o motivo histórico do Natal, para mim é um período de partilha, não deve ser consumismo! Embora ainda não tenha quebrado a ideia do pai-natal prefiro que os meus filhos vejam o Natal como um momento de união em que eles têm de ser generosos e distribuir o que têm por outros meninos, sejam coisas materiais, sejam atitudes e valores.

Tem resultado bem, de tal forma que os vejo a gostar de partilhar o ano inteiro. No outro dia um amiguinho do meu filho foi a nossa casa e o meu filho quis dar-lhe um boneco de que gostava muito, senti-me orgulhosa. Não sei se foi visível na minha expressão, mas foi pelo menos no meu coração.

 

Já partilhei o facto de colocar os meus filhos, com a devida seleção de informação, ao corrente de tudo. Não quero que acreditem cegamente no pai natal e que associem a magia do Natal a isso, quero que achem que o senhor barbudo trará um presente para os meninos bem-comportados, afinal a gestão do comportamento tem de ter sempre algumas contrapartidas, mas tudo o resto são momentos em que pensamos em alguém e queremos ver esse alguém feliz! “Meninos o que acham que faria essa pessoa feliz, o que gostaria ela de receber?!” Dá azo a muita comunicação e ideias e o resultado é fantástico e pode ir em todas as direções, especialmente em relação a coisas feitas à mão.

 

Ontem cheguei a casa com frasquinhos pequenos e pensei que se podia fazer um doce, eles decoravam os frascos e davam a quem quisessem. De repenteos 12 frascos que tinha comprado eram poucos para os dois. O mais velho escreveu na tampa as iniciais das pessoas a quem queria dar e a mais nova começou logo a decorá-los. Tinham chegado a casa cheios de fome, mas a emoção foi tanta e a vontade de preparar algo para as pessoas que gostam tão grande que só se lembraram novamente que queriam comer uma hora e meia depois. 

E Dezembro é aquele mês em que há sempre alguma coisa para fazer, seja estar com amigos/ família, seja a preparar algo para quando se está a conviver. Normalmente, cá em casa, é também um período para nos desfazermos de brinquedos e roupa, afinal quanto mais temos menos utilizamos. Embrulhar e oferecer a quem precisa mais do que nós. Este ano, de forma a reduzir o desperdício sugeri que as trocas de prendas fossem feitas com algo que tenhamos, para recebermos também algo que a pessoa tenha. As condições é que esteja em bom estado e faça quem recebe feliz. Devo dizer que aqui em casa temos pensado e falado muito mais do que se fossemos comprar alguma coisa a uma loja e estou certa que o contentamento quando oferecerem e quando receberem vai ser igualmente contagiante.

O Pai-Natal enviará apenas uma prenda aos meninos que se portarem bem.

Esta é uma das minhas tentativas de reduzir o consumismo, ou pelo menos de mostrar aos meus filhos que a generosidade para com os outros é fundamental. Eles já perceberam que nem todos os meninos têm o mesmo e por norma ficam felizes quando vêm os outros felizes.

Não é fácil a educação de valores, especialmente quando, após Covid, as pessoas ainda ficaram mais egoístas e “umbiguistas”. 

O que vos parece este método?!

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