Ser Mãe ou Super Mãe

 


Ser mãe é mágico, nem toda a gente quer, nem toda a gente pode, nem todas vivenciamos as situações da mesma forma. Cada vez mais se fazem tratamentos de fertilidade, também tive essa sorte. Senti-me sem chão durante 5 anos mas resolvi que ia ser feliz! Que me ia focar no que gostava, não foi sempre fácil, muito pelo contrário. Foi muito difícil! A sociedade consegue culpabilizar pessoas e manipular sentimentos.
“Então e filhos?”, “então e o segundo?”, “então e o terceiro?”, “como vão dar conta de três?”..
Se estamos bem connosco mesmos até nem nos incomoda, somos capazes de responder, ignorar, desdramatizar mas se algo nos incomoda pode ser uma gota num copo de água que já transborda.

Felizmente tive um longo caminho cheio de dificuldades, originou muitas lágrimas mas foi possível e aprendi muito. Esquecemos rápido como esquecemos tudo. O choro dos bebés, as noites mal dormidas,… desengane-se quem não quer ou não consegue que tudo é fácil, não é!
Os sonos não são ao nosso ritmo, por muito que não sejam maus, os bebés são muito dependentes e exigentes, é preciso entrar na dança sem stressar e sem exigir demasiado de nós mesmos.
As pessoas que nos rodeiam estão nos afazeres delas e nós estamos em casa com um bebé, infinito trabalho e ocitocina mas tem momentos em que a solidão é imensa. O meu conselho é cantar e sorrir, o que achamos duro ao início depois deixa saudade.

Uma super mãe não precisa de ter muitos filhos. Tenho ouvido muitas vezes que sou muito corajosa por ter resolvido ter três filhos mas não acho que a valentia venha do número de crianças que escolhemos ter mas da nossa atitude enquanto mães.
É fundamental mimar as nossas crianças mas também é importante dar-lhes autonomia para voarem, cortar o cordão umbilical para que sejam felizes. Tenho observado muito à minha volta e apercebo-me que a diferença entre uma mãe e uma super mãe é que a boa mãe será sempre a mesma mãe a vida inteira e a super mãe adaptar-se-á aos filhos e ajudar-los-á a voar sem ressentimentos.
Uma super mãe dá autonomia, fica genuinamente feliz por todas as conquistas dos filhos mesmo que as mesmas vão de alguma forma condicioná-la, se o filho quiser ir viver para longe ficará feliz mesmo que isso implique vê-lo menos vezes, se o filho vai viajar para um destino com que sonha ficará feliz pelo filho, se o filho encontra alguém que o faça feliz aceita porque o colinho da mãe é bom mas não é eterno.


Não é fácil mas conheço algumas super mães e ando a esforçar-me para ser uma super mãe e vocês?! Que tipo de mãe tentam ser?!

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