Como melhorar a relação com os filhos?

 

                                                                Imagem: www.canva.com

 

Educar é uma das ações mais bonitas que existem. Sou uma apaixonada e sinto-me educadora por vocação. Além dessa propensão natural tenho a formação que fui adquirindo academicamente e profissionalmente que me tem ajudado também muito na complexa tarefa de ser mãe.

Nas leituras do doutoramento tenho-me apercebido da importância de todas as experiências que tenho tido na minha vida e que o conhecimento não é mensurável mas que o saber ajuda-nos imenso a resolver tudo com o que nos vamos deparando.

 

As minhas aulas e formações são muito participativas, gosto de saber quem é a população que está à minha frente, o que sabem e o que querem saber. Gosto que partilhem quem são e o que querem ser. Adoro a sensação que depois de uma simples aula todos saíamos mais ricos. Não gosto de apanhar “secas”, exposições e instruções muito longas fazem-nos desconectar e desligar das mensagens e das aprendizagens. Por sentir isso tento não o praticar nas minhas aulas, prefiro objetivos reduzidos e claros, aprendizagens por objetivo, questionamento e curiosidade, do que “secas”. Gosto de plateias “presentes” e não suporto corpos presentes e cabeças ausentes enquanto falo. Não digo que não o faça, também o faço quando não me interessa, mas felizmente é muito muito raro experienciar essas situações nas minhas aulas e formações.

 

Também pratico isso em casa com os meus filhos. Passo o tempo a questioná-los e a dar-lhes espaço para explorarem. A desafiá-los a todos os níveis para explorarem: o mundo, a criatividade, a motricidade, a linguagem, o auto-conhecimento etc etc.

Normalmente não respondo as questões deles, questiono-os com algo que os faça levar às respostas. Esta ação cria sentido crítico, mais confiança no que sabem e mais vontade de saber. As respostas não são dadas diretamente mas o conhecimento é absorvido a uma velocidade que as vezes até a mim me surpreende. Fisicamente também não resolvo os problemas deles, ajudo-os a resolver. Se estão a tentar subir para um sítio e não conseguem por não ter altura suficiente, ajudarei colocando por exemplo a minha mão para que eles a utilizem como apoio. Se estão a ter dificuldades a arrumar alguma coisa, dou uma mínima ajuda que os permita atingir os objetivos mas não resolvo por eles. Essas ações dão-lhes confiança e motivam-lhes a ambicionarem mais.

 

Outra coisa que tenho aprendido é a comunicar e a dar aulas muito pausadamente. Provavelmente adquiri essa capacidade por dar aulas em duas línguas que não são as minhas nativas. A falar como se o meu público não soubesse mas a questionar para ter pessoas a refletir e a participar, a ousar cortar-me a palavra. Claro que sou eu que giro a palestra mas ouvi-los é um prazer. Desafiá-los também. Como em tudo há provavelmente quem não aprecie mas os feedbacks costumam agradar-me bastante e a participação e o conhecimento que adquirem também. Perceber o que sabem permite-nos não perder tempo e rentabilizar o tempo para os fazer explorar o que ainda não sabem e o que querem saber.

 

Em casa também o faço, além das questões que coloco, gosto de falar pausadamente e detalhadamente para que percebam bem o que digo. O resultado é que se exprimem muito bem em português e que adoram comunicar.

 

Vejo muita gente sem paciência para ensinar e questionar, é tão mas tão bom ver as pessoas a beber conhecimento e informação. Vamos melhorar a nossa comunicação e aumentar as interações? Aprendo todos os dias com os meus alunos e os meus filhos e isso faz-me uma pessoa muito mais feliz.

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