O cérebro das crianças explicado aos pais

 


Os meus pais sempre me incutiram que quando dava alguma coisa a alguém deveria sempre ser alguma coisa que eu gostaria que me dessem a mim. Claro que nem sempre resulta porque há pessoas que não partilham dos nossos gostos mas pelo menos faz-me pensar bastante nos gostos das pessoas mas ao mesmo tempo com um toque pessoal.

Num momento de reflexão para a compra de um presente dei de caras com o livro de Álvaro Bilbao, o Cérebro das crianças explicado aos pais. Achei que seria o presente ideal para uma pessoa que me é próxima mas rapidamente me assombram ideias de como ia ser a perceção de quem ia receber o livro e de que forma iria interpretar. Como nunca podemos adivinhar como é que as pessoas reagem ao que lhes oferecemos e porque quando se trata da educação dos filhos as pessoas tendem a deixar-se guiar mais pela emoção do que pela razão, fiquei na duvida se deveria oferecer o livro.

Quando somos pais temos tantos afazeres que ler também pode parecer uma missão quase impossível pelo que acabei por adquirir o livro a pensar se o iria oferecer (para provavelmente ficar a enfeitar a prateleira) ou se o compraria para mim.

 

Acabou por ficar na minha mesinha de cabeceira algumas semanas, não porque não tenha gostado ou porque não seja fácil de ler mas porque os dias são longos e as mensagens que se dão aos pais devem ser bem assimiladas. Isto para vos dizer que gostei muito, acho que chega de uma forma simples aos pais e que está escrito para qualquer pessoa o perceber bem. 

 

Convido-vos a ler, anda muito na linha do que escrevo, de uma perspectiva diferente mas complementar à minha. Refere a confiança, a responsabilidade, a assertividade e o autocontrolo como alicerces para o desenvolvimento intelectual e emocional das crianças.

 

Foca o efeito nefasto da ocupação excessiva do tempo das crianças, dos famosos trabalhos de casa e dos aparelhos eletrónicos. 

Tudo isso vem de encontro ao meu interesse na transformação da educação. Um dia destes falar-vos-ei dos projetos que tenho em mãos.

Hoje apenas alerto que as crianças tem acesso a tanta coisa que seria bom que se tentasse explorar o conhecimento e a motivação das mesmas questionando com situações reais. Questionem as crianças, façam-nas pensar, aumentem-lhes a curiosidade e reduzam-lhes as atividades em que elas não consigam ser criativas.

Tudo o que são trabalhos de casa «como no tempo dos nossos avós» se calhar não são muito produtivos para a aprendizagem dos mais pequenos. Precisamos de uma transformação profunda do sistema educativo, um sistema educativo do século XXI.

 

A autonomia também é um dos focos do autor que é algo que pratico e recomendo. Crianças autónomas estarão melhor preparadas que crianças por quem fazemos tudo. É fundamental que os pais (e educadores) estabeleçam normas claras e reforcem comportamentos positivos, sejam afetuosos e estabeleçam ligações seguras e francas com os seus filhos. As mentiras piedosas destroem relações e confiança, relações transparentes fortalecem a auto-confiança das crianças e a confiança nos outros. Obrigam a um maior compromisso pessoal mas podem originar melhores frutos.

 

É fundamental também apresentar uma boa estrutura familiar, mostrando-se como um exemplo de escuta ativa e observação e dedicando tempo às crianças e às suas curiosidades. Estabelecer conversas ricas e interessantes.

Vamos ser melhores pais para deixar uma sociedade melhor para os nossos filhos e para os filhos dos outros?

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