Nãos que parecem Sims


Hoje o meu artigo é destinado a pais e avós, às pessoas que acedem a tudo e às outras a quem o « não » sai mais rápido que o pensamento. O equilíbrio em educação é sem dúvida a melhor receita.

 

Quantos de vós se lembram de professores que não conseguiam chegar aos alunos, que os deixavam fazer tudo,  que não se faziam ouvir e que não tinham « mão » na turma? São esses os professores que recordam? 

As pessoas que nos marcam são normalmente aquelas que são correctas e coerentes nas suas atitudes e comportamentos, é então isso que as nossas crianças procuram. Pessoas coerentes e consistentes. Eles gostam de regras, as regras dão-lhes segurança.

Todos dizemos mal dos árbitros mas já imaginaram um jogo sem regras? Isso não quer dizer que queiramos aqueles árbitros que apitam por tudo e por nada e não deixam jogar.

 

Para se ser um excelente educador, pai, avô, é fundamental não mudar as regras a meio do jogo. Explicar as regras do jogo, não ter dificuldades em dizer não quando necessário. Ser consistente a seguir as regras e coerente no tratamento de todas as situações e de todos os jogadores. Não ter o apito por baixo da língua. Os nãos devem ser usados quando necessário, para se perceber o significado do mesmo.

 

Para as pessoas que deixam as crianças comandar sem linha condutora, já imaginaram como se sentem os vossos meninos? Será que eles já tem compreensão para escolher? É normal que uma criança goste de guloseimas e vos peça mas será que é verdadeiramente uma vontade e necessidade? Os açúcares são viciantes portanto é natural que eles depois peçam, será o nosso papel de educador dar porque pediram ou delinear as necessidades deles e explicar porque não devem comer? As crianças são muito inteligentes, precisam é do quadro bem delineado e quando não o tem as escolhas não são as mais correctas. Na mesma linha podia falar de telemóveis e iPads.

 

Olhando à minha volta vou ganhando inspiração para ir escrevendo e no outro dia assisti a uma cena que me chocou. Um filho com uns três anos que estava com o pai numa papelaria e falava (falava muito) e as tantas o pai disse cala-te, és mesmo chato. Não é a primeira vez que oiço isto mas o que me chocou mais ainda foi a parte do pai depois continuar a falar do quão chato o filho era com a senhora da papelaria ignorando que o filho ali estava.

Já tive oportunidade de dizer em artigos precedentes a minha opinião relativamente à compreensão das crianças, independentemente da idade que tenham mas o que me choca mesmo é os adultos acharem que isso não afeta o comportamento das crianças.

Coloquem-se na pele dessa criança era o que quereriam ouvir dos vossos pais?

 

Os meus filhos também falam muito mas la está tenho muita sorte portanto eles não são chatos até porque a nossa apreciação pelo comportamento deles é tanta que as outras pessoas só tem coragem de dizer que são engraçados, e que nós pais, temos muita sorte. Não será a nossa aproximação aos comportamentos deles a diferença? 

As nossas atitudes e comportamentos condicionam em muito a forma de estar dos nossos filhos e netos. Concordam?

 

O blog faz um ano e quero agradecer a todos os que o tem seguido. 30 artigos com mais de 5700 visualizações, tem sido um prazer escrever sobre algo que me diz tanto e perceber que não consigo ter a mínima ideia de onde as palavras chegam. Tantas vezes me tem acontecido dizer a quem não vejo há muito tempo que escrevo um blog e a pessoa me dizer eu sei, eu acompanho.

Obrigada a todos! Que seja um ano 2022 excelente para todos nós, com menos máscaras e mais e melhor educação, a caminho de uma sociedade melhor para os “nossos” filhos.

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