Em casa de quarentena

 

Quarentenas, isolamentos, casos de contacto! Quem por aí tem crianças pequenas e está a conseguir escapar a tudo isto?

Acho que é unânime que não é o ficar em casa com os filhos que é problemático. Esse programa pessoalmente agrada-me muito, durante a semana ou no fim-de-semana, mesmo que não vejamos mais ninguém.

 

Só se torna preocupante com crianças pequenas quando se junta as crianças e ao tempo despendido com elas o trabalho.

Quem consegue trabalhar em condições com crianças pequenas em casa?!

Ainda por cima tenho aquela visão educativa que uma criança de 4 anos pode no máximo dos máximos estar exposto uma hora a dispositivos eletrónicos e que uma bebé de 19 meses o tolerável são 5 minutos para perceber que há coisas muito mais divertidas.

 

A gestão do trabalho, das crianças e das minhas emoções de mãe faz que a situação se torne complexa. Vivenciei essa situação este mês como certamente grande parte dos pais. Não foi fácil mas resolvi organizar o meu plano antes de começar, assumindo que havia tarefas que não poderiam ser feitas enquanto a situação se mantivesse.

 

Sou uma pessoa muito exigente comigo e com os outros mas a vida e as experiências profissionais que fui tendo foram-me ensinando muito. Trabalhei numa escola inglesa onde chegar um minuto atrasada era motivo de olhares e comentários, onde o grau de exigência conseguia ultrapassar o meu, o que acreditem não é fácil. No ano lectivo seguinte tive a experiência oposta numa escola alemã. Se estava trânsito e me atrasava, não valia a pena stressar porque não dependia de mim. Estou a dar o exemplo de horários mas verificava-se em tudo inclusive na exigência do ensino.

 

As duas experiências aliadas à maternidade fizeram-me perceber que equilíbrio é a palavra chave. Modifiquei um bocadinho a minha forma de estar e o grau de stress que tenho nas diferentes situações. As quarentenas são um excelente exemplo. Não dependem de mim e não há nada que possa fazer para as modificar portanto analisar as prioridades de todas as milhentas coisas que tenho de fazer e dar resposta ao que realmente é necessário.

 

Não tenho a ilusão de conseguir trabalhar com os meus filhos ao pé de mim.. as crianças precisam de atenção e gostam de nos mostrar isso mesmo. Podem estar a brincar ao meu lado, mesmo que eu não esteja a participar na brincadeira mas se saio da vista deles ou se ligo o computador a chamada de atenção começa a ser a mãe.

A prever que isso me iria criar ansiedade resolvi que só trabalharia quando eles estivessem a dormir ou o mais velho eventualmente a ver televisão.

 

A conclusão é que em números absolutos o tempo foi menor que um dia normal mas a rentabilidade foi bastante superior ao que inicialmente pensei. Os períodos de dormida da pequena eram cerca de 3 horas por dia o que me permitia que esses períodos fossem muito bem aproveitados realizando tudo o que era prioritário.

Como o stress não era muito porque a previsão era real, conseguia ser muito eficaz. Não vale a pena esperar o impossível.

 

Não é de todo a situação ideal mas com as estratégias criadas não me posso queixar muito. E por aí? Como tem sido o ritual?

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