Gestos que não custam nada e podem salvar vidas

 


Já contei algumas coisas que fui fazendo profissionalmente, que me aproximaram das crianças e que me incentivaram a gostar de educar. Os campos de férias por exemplo foram momentos que recordarei para sempre, uma imersão só possível para quem gosta mesmo, eram 24 sobre 24 horas, 14 dias seguidos, sem descanso. Lembro-me de chegar a casa estafada, feliz mas ainda a contar crianças. Acordava durante a noite sobressaltada para ver se não faltava nenhuma. Era uma responsabilidade maior do que o próprio corpo.

 

Quando alguém nos incube a responsabilidade de cuidar de algo muito valioso aumenta-nos as nossas capacidades como seres humanos. Foi um prazer ser responsável por tantas crianças, em momentos diferentes, durante a minha vida. Fizeram-me ser melhor pessoa, melhor profissional e construíram-me enquanto mãe.

 

Tenho alguns traços de mãe galinha mas sou aquele tipo de pessoa que gosta de confiar e também já expressei várias vezes o valor que dou à autonomia das crianças. Embora tenha essa forma de estar quando os meus filhos caiem, por exemplo, não dou muito espaço a “fitas”, faz parte do crescimento deles e ou é grave ou então cair dá direito a levantar. Fá-los mais fortes e resistentes, mexem-se com mais destreza e menos receios.

 

Na mesma linha também não me stresso muito com esquecimentos de babetes, com crianças sujas durante a refeição ou outras coisas semelhantes. Devo mesmo dizer que provavelmente por esta forma de estar ambos os meus filhos começaram a comer muito cedo e sem muita confusão. A liberdade não é sempre total, quando atiram coisas para o chão tem a responsabilidade de as apanhar e devo dizer que como método resulta muito bem, pelo menos não me queixo da sujidade pós refeição.

 

Educo pela autonomia mas há alguns pontos em que sou muito cautelosa. Fico “doente” quando vejo crianças a serem transportadas pela mão do lado da estrada. Apercebi-me no entanto que isto não é automático para toda a gente.

Uma criança que caminhe do lado de fora do passeio é uma criança em risco. Um automobilista ou mesmo um camionista verá muito mais rapidamente e muito melhor um adulto que uma criança. E bastam segundos para se atropelar alguém.

 

Há um ditado português que diz “mais vale prevenir que remediar” e nesta situação é uma necessidade. Da mesma forma que vos aconselho a não confiarem em braçadeiras. Eu sou drástica com essa premissa, não peço que sejam como eu, mas pelo menos não se esqueçam que a segurança das braçadeiras é muito relativa portanto se optarem por as colocar vigiem a cada segundo.

 

As braçadeiras garantem acima de tudo que as crianças sejam projetadas para cima mas não são minimamente seguras para as manter numa posição em que a cara não seja afundada na água.

Da mesma forma também não são um instrumento fantástico se pretende que o seu filho se desloque bem na água portanto se quer que ele se sinta à vontade na água não lhe coloque braçadeiras, as alternativas não são muitas mas existem e exigem mil olhos em cima das crianças.

Já que falamos de água e de “mil olhos” relembro que dois cm/s de nível de água são suficiente para um bebé se afogar portanto bebés sozinhos em banheiras porque se colocou pouca água não é de todo aconselhado.

 

Lembram-se de outros pequenos gestos que deveremos ter diariamente que podem salvar vidas?

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