Será confiar sinónimo de bem educar?

 

Quando a palavra confiança me vem à cabeça lembro-me sempre da premissa que demora uma eternidade a construir e demora segundos a perder-se. O que é uma realidade. E é mais um dos princípios a ter em conta quando educamos. As relações constroem-se baseadas em confiança, independentemente da natureza das mesmas.

 

Quando educamos temos de confiar mas mais importante ainda devemos, enquanto educadores, transmitir confiança. As crianças, independentemente da idade que tenham, sentem o nível de confiança que lhes é transmitido.

Mentirinhas piedosas podem quebrar relações e quando digo isso refiro-me a mentiras para com as crianças. Não as subestimem! Elas são muito perspicazes.  

 

A criança vê o adulto como um exemplo e no dia em que apanhar uma “mentirinha piedosa” irá reproduzir e qual será a moral do adulto para dizer “eu faço mas tu não podes fazer” sem ser a utilizar a “autoridade” para se impor?

Educar exige dar o exemplo e ter boas atitudes. Todos erramos mas reconhecer o erro e pedir desculpas, seja com adultos ou com crianças é uma necessidade. 

 

Educar dá muito trabalho! Há pessoas que deixam os filhos nas creches e saem a correr para eles não as verem. Acham que as crianças não se apercebem? Não será melhor reforçar a confiança referindo o que se vai passar? Acredito muito que as crianças sentem e percebem tudo desde o seu primeiro dia e quanto mais acredito nisso mais sinto que é verdade. Vejo tantas vezes tanta gente a menosprezar os bebés/ as crianças e a sua compreensão, não o façam! 

Por essa razão desde sempre falo MUITO com os meus filhos, descrevendo tudo o que vejo, quero, gosto... Ao mesmo tempo que falo “exijo” conversa da parte deles também, questiono, brinco, despendo tempo de qualidade com eles e faço-os participar em muita coisa. Dá muito trabalho e obriga constantemente a redobrar a paciência (Há quem refira que tenho muita sorte, e talvez tenha mas tem dado muito trabalho! Mas é muito gratificante, é um orgulho acompanhar o resultado).

 

Educo de uma forma muito simples. Há respeito de parte a parte, há amor e a imposição das regras tem sempre razão de ser e é explicada e nalgumas situações pode ser contra-argumentada. Quando é extremamente necessário sou “autoritária”, pode dar “direito” a birras, especialmente se houver cansaço acumulado mas com compaixão e respeito tudo se resolve.

 

Os pais como pais e os educadores como educadores não tem direito de usar a força, física ou verbal, mas devem agir de forma disciplinadora, demonstrando através do exemplo o respeito e o amor que tem pelas crianças. Cá em casa para chamar à razão utilizo a contagem até 3 e muita conversa e explicação, espaço aberto a opiniões e respeito pela individualidade de cada um. E esse é claramente um ingrediente fundamental dos pais que tem muita sorte com os filhos que tem. Não corre sempre tudo bem mas corre muitas vezes. É tão bom construir relações na base da confiança sem jogos e com muito amor e respeito.

Aí por casa como funciona?

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