Era só eu mas agora sou @ irma@ mais velh@

 

Somos muitos os que passamos por isto, eu própria passei. Quando o meu irmão nasceu mudei de estatuto e passei a ser a “melhor irmã mais velha”.

Quando somos pais o desespero aumenta e as questões urgem de “será que conseguirei gostar dos meus filhos da mesma forma”. Mais do que essas questões foquei-me na atenção que dava ao meu filho mais velho, ter um recém-nascido dificulta esse pequeno trabalho de casa mas é uma necessidade para garantirmos tranquilidade no seio familiar.

Antes da pequena nascer comprei livros para o ajudar a ser mais autónomo. Concentrei-me na autonomia do mais velho, claro que a diferença de praticamente 3 anos ajudou mas nessa altura ele já descia escadas sozinho, ia à casa de banho, comia e dormia autonomamente e facilmente foi promovido ao estatuto de “melhor irmão mais velho”.
Comprou uma prenda para a mana, que também lhe trouxe a prenda que ele queria, ainda nem sequer estava cá fora e já o conhecia tão bem.

Sou apologista que com crianças temos de as fazer jogar na nossa equipa, sem medo. Queremos que nos ajudem e que sejam os nossos melhores companheiros e para isso temos de os motivar a participar. Dar valor a todas as tarefas que realizam mesmo que as mesmas nos façam ter o dobro do trabalho porque a motivação que têm fará com que a aprendizagem se realize mais rapidamente. Se em vez de atitudes positivas mostrar reações negativas relativamente à ajuda deles, nunca conseguirá nada.

Ao princípio claro que não foi fácil, “alguém” veio invadir o espaço dele mas atualmente não vivem um sem o outro. A fórmula foi respeito e compreensão. Momentos só com o mais velho, com muitas mensagens de “gosto muito de ti e do tempo que passo contigo” e um enorme jogo de cintura para organizar o tempo e para não ferir suscetibilidades. Houve, obviamente muita regressão mas obviamente era algo esperado e a paciência, quando assim é, aumenta.

Pedir a ajuda dos mais velhos faz com que sintam o peso da responsabilidade e colaborem ainda mais, sintam que o papel deles é realmente necessário. Não é a parte do comerem sozinhos que é importante mas o de ajudarem comendo sozinhos e ajudando a alimentar o ou os manos mais novos. Não é o vestirem-se sozinhos mas ajudarem a vestir os manos. Porque afinal o que melhor do que acreditar em alguém? As crianças também sentem isso e não há criança que não goste de liberdade. Essa liberdade faz com que aumentem a autonomia.

A minha pequena de 17 meses protesta quando não pode ajudar a tirar a loiça da máquina ou quando não ajuda a cozinhar. Adora participar em tudo e tentamos não lhe eliminar a curiosidade, adaptamos as tarefas à sua participação e evitamos, para não dizer eliminamos, a frase “não podes fazer porque não é para a tua idade”. Se não for, adaptamos os utensílios ou a dificuldade e ela fica radiante por poder participar.

Aqui em casa melhorou substancialmente quando a bebé saiu do nosso quarto, melhor ainda foi quando começaram a partilhar o mesmo quarto. Nesse momento a relação deles ainda se estreitou mais. O mais velho percebeu que a bebé não era “a” preferida e a mais nova percebeu que estava a crescer.

É um desafio fantástica aumentar a família, sem stress e com ideias inovadoras para criar a melhor equipa possível onde as crianças promovidas a melhor irm@ do mundo sejam respeitadas e chamadas constantemente a participar na nova dinâmica familiar. Não os abandone em frente a um aparelho eletrónico, eles sentem tudo, mesmo que não digam e os danos podem ser irreversíveis.

Comentários

  1. Concordo com tudo!!! Fazemos isso. No início foi bem difícil gerir os ânimos da mais velha, mesmo sendo autónoma e mesmo incluindo-a nas rotinas diárias da mana. Foi duro. Agora, e depois de quase 5 meses, está a melhorar. E estou certa que tudo ficará facilitado quando as manas estiverem juntas no mesmo quarto 🥰

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