Educar pela positiva – o que é isso afinal?

Será educar pela positiva sinónimo de dizer que sim a tudo? Será educar pela positiva aceitar tudo o que as crianças querem? Haverá educação sem regras? 

No Luxemburgo a expressão utilizada para este tipo de educação é “educação aberta”. Há quem faça uma interpretação rápida e adopte apenas a parte da abertura esquecendo a da educação.

Educar pela positiva é então muitas vezes interpretado de forma incorrecta. Educar exige muito trabalho e a diferença é apenas na aproximação. 

Educo de forma positiva e digo que não aos meus filhos. Não os deixo fazer tudo o que querem. Há situações que as crianças podem escolher outras que não. Quando afeta o bem-estar dos outros, sejam os outros crianças ou adultos, simplesmente não podem fazê-lo. Nada justifica más atitudes nem mesmo a personalidade forte. 

 

Sou muito amiga dos meus filhos mas sou mãe deles. E como mãe educo. Tento não ter a palavra “não” debaixo da língua mas utilizar outras expressões que sejam mais construtivas mas isso não invalida que diga “não” e que aceda a tudo o que querem e a tudo o que pedem. Sou exigente com eles mas mimo-os, tento despender tempo de qualidade com eles e isso é visível pelos comportamentos. 

 

É preciso mais uma vez consistência e coerência no que se diz e faz. As crianças precisam de amor mas também necessitam de regras, gostam de ser guiadas, de saber o que podem e não podem fazer e precisam de excelentes exemplos.

Dizer que não podem comer doces e comer à frente deles é ser pouco coerente. Como irá explicar essa exceção à criança?!

Dizer que não pode brincar porque está cansado mas estar agarrado ao telemóvel fará com que a criança questione e eventualmente originará maus comportamentos. Atitudes geram atitudes.

 

As crianças são esponjas para aprender e para reproduzirem o que veem, além de atitudes, comportamentos. Alguém me questionou no outro dia sobre a mais valia de expor crianças a línguas estrangeiras. Claro que a exposição a diferentes línguas é sempre uma mais valia, o benefício é diretamente proporcional à exposição que se tem. Mais uma vez e por uma questão de se sentirem seguras, as crianças precisam de consistência e de coerência. Se alguém lhes fala numa língua e coloca palavras de outra no meio as crianças nunca conseguirão ter um discurso linear, elas imitam o que fazem com elas. Ao mesmo tempo para consolidar uma língua a criança tem de interagir, não chega ver desenhos animados em inglês para aprender a falar a língua, vai ser introduzido ao vocabulário e à perceção da língua mas só poderá ser verdadeiramente fluente quando começar a interagir.

 

Para finalizar, as nossas crianças precisam de amor, de respeito e de atitudes positivas, se disser ao seu filho que ele não é capaz ele não será mesmo capaz, valorize-o pelas boas coisas e não faça comparações. As comparações são um veneno para a auto-estima das crianças.

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