Bullying: todos fazemos parte da solução


Tenho andado ausente, o tempo infelizmente não estica e resolvi que tinha de voltar com o tópico da atualidade: o bullying.

Somos todos responsáveis e fazemos todos parte da solução. Não nos podemos esquecer que a nossa liberdade deixa de poder ser liberdade quando invade o espaço do outro.

 

Século XXI, período de “desresponsabilização”

Vivemos num período em que todos nos demitimos das responsabilidades. Os professores/educadores porque a educação tem de vir de casa. Os pais porque o trabalho é muito exigente e o tempo não estica. As crianças porque são desculpadas por serem crianças. 

Para “dificultar” ainda mais a responsabilização ouvimos diariamente, muitas vezes sem interiorizar, que atualmente a educação “deve” ser aberta e positiva e não pode ser “como nos nossos tempos”. Mas o que quer isso dizer?

 

Educação aberta e positiva

Quererá isto dizer que se deixou de educar? Pratico diariamente esta fórmula na minha casa e vou partilhar convosco. Se tivesse de resumir a educação que promovo numa palavra diria provavelmente respeito. Respeito os meus filhos como pessoas e como crianças, o que não quer dizer que não tenham responsabilidades. Eles obviamente que também me tem respeito porque sou mãe deles e ainda mais por ser “uma pessoa". O que quer dizer que o valor “respeito” já está presente neles. Eles respeitam as pessoas e tem apenas (praticamente) um e quatro anos. Porque os respeito não lhes bato e também não admito que me batam, as pessoas entendem-se a falar.

 

Colhemos o que “educamos”

Como em todas as relações nós colhemos o que semeamos portanto faço aquilo que espero que me façam a mim. Se gritar com eles a mensagem que eles assimilarão é que podem gritar comigo. Porque os respeito não lhe grito, claro que há sempre momentos onde nos salta a tampa mas é aí que tento não me demitir do meu papel de mãe. Como os respeito também não os ignoro, embora possa haver momentos em que temos que fazer orelhas moucas. Porque os respeito dou o exemplo e não faço o que lhes digo que não podem fazer. Porque os respeito há obviamente regras. O respeito pelos outros e o cumprimento das regras são pontos-chave da educação deles. 

 

Comportamentos inadequados devem ser discutidos

Desde que me conheço que educar me esteve no sangue, ao ponto de intervir quando vejo alguma coisa que rebaixa ou é injusta para alguma parte. Talvez essa seja uma das razões que escolhi esta área. Quero com que isto dizer que injustiças ou maus comportamentos me fazem intervir e chamar as pessoas à razão.

Obviamente que depois de tudo isto ainda sou mãe mas sou também muito racional nesta temática. Comportamentos inadequados tem de ser “discutidos” e as pessoas (adultos ou crianças) devem ser chamados à razão. Essa responsabilização dá frutos, talvez a razão dos meus filhos serem sempre vistos como calmos, a tal rubrica de “tenho muita sorte.

 

Para diminuir o bullying temos de agir, ninguém está imune e só o podemos fazer se cada um de nós fizer a parte que está ao seu alcance.

Vamos passar valores aos nossos filhos e aos nossos alunos em vez de nos demitirmos das nossas responsabilidades.

 

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