Ajuda as crianças a subir às estruturas nos parques infantis?

 


Cada criança tem os seus momentos para se desenvolver. Não existem crianças iguais como não existem “desenvolvimentos iguais”. Devemos respeitar o momento de cada criança mas podemos e devemos incentivar o seu desenvolvimento.

E o que é isto de incentivar o desenvolvimento?

Nos primeiros meses de vida os bebés desenvolvem-se muito a todos os níveis e pessoalmente gosto muito de incentivar o desenvolvimento.

Realizo muitas atividades que ajudam a estimular os cinco sentidos.

Sabia que o sentido que que se desenvolve mais tarde é a visão?

 

Desenvolvimento dos cinco sentidos

O primeiro sentido que se desenvolve é o tacto. O bebé começa a ter sensações tácteis na sexta semana de gestação. Quando nasce a exploração táctil é feita essencialmente colocando os objetos na boca.

O paladar inicia-se na vida-uterina e continua a desenvolver-se posteriormente (tenciono escrever um artigo sobre esta temática brevemente).

A partir do 7º mês de gestação o feto começa a detetar sons. Quando nasce é normalmente mais estimulado por sons graves que agudos, esta é a razão dos testes auditivos que se realizam normalmente nas maternidades.

O olfato do bebé é muito sensível, desenvolve-se após a 8ª semana de gestação através do líquido amniótico. Os bebés conseguem distinguir os odores, façam o teste. Deem-lhes a cheirar diferentes odores e vejam as reações.

Quando o bebé nasce é sensível a luzes, contrastes, formas e distingue os movimentos em tons de cinzento até 20-30cm. A sua visão começa a ter um alcance maior e mais definido nos meses seguintes e aos 9 meses os olhos estão preparados para os deslocamentos bípedes, conseguindo fixar e seguir objetos.

 

Boas maneiras e outras aprendizagens

Incentivo desde muito cedo as boas maneiras: o « se faz favor » e o « obrigado ». Quando por exemplo uma criança me pede alguma coisa e se esquece da « palavra mágica » simplesmente não acedo e pergunto se não falta alguma coisa. Isso acontece algumas vezes, depois é automático.

Incentivo a aprendizagem dos números, das cores, dos meios de transporte, das partes do corpo,... mencionando e repetindo em brincadeiras, em danças, com canções,... É tudo muito natural, as crianças adoram aprender.

Parece muito conteúdo mas na realidade não é, não forço, incentivo! Não obrigo, apresento, muitas vezes de forma subtil e percebo se a criança se entusiasma. Se sim continuamos, senão está tudo bem na mesma e brincamos a outra coisa de acordo com a vontade da criança.

 

Desenvolvimento motor

Um bebé desenvolve-se muito fisicamente nos primeiros anos de vida e há por vezes muita pressa de ver o bebé a desenvolver-se. Confesso que por ser a minha área o desenvolvimento do meu filho mais velho foi vivenciada por mim com alguma ansiedade. Virou-se no momento em que normalmente os bebés se viram, com quatro meses. Mas começou a rastejar antes dos 6 meses e gostava tanto dessa forma de deslocamento e com escadas em casa decidimos que não íamos incentivar muito não fosse o rapaz começar a andar cedo. A conclusão foi que em vez de antecipar retardou e começou a andar « apenas » com 13 meses, sendo da área pareceu-me uma eternidade. Na minha cabeça já achava que não iria acontecer. Aquelas coisas estranhas que passam na cabeça dos pais de primeira viagem.

Começando a andar « tarde » e com pouco estímulo parece que nunca caiu. Sempre se habitou a ser muito cauteloso. Podia ter sido mais incentivado para se deslocar em posição bípede, mas é fundamental que não se « queimem » etapas. Agarrar nos braços de um bebé para o « ajudar » a andar é forçar o deslocamento. Incentivar seria colocar-se ao mesmo nível da criança podendo dar as suas mãos para apoio mas nunca para controlar o deslocamento. O mesmo acontece quando sobem escadas ou mesmo quando vão para os parques. É importante que a criança perceba onde pode chegar por ela própria, é a melhor forma que tem de aumentar a consciência corporal. Uma criança que sobe para uma estrutura consegue desce-la.

 

Colocar as crianças em patamares em que elas não se sentem seguras

Vejo muitas cuidadores a colocarem as crianças em patamares onde elas não chegariam sozinhas. O que acontece depois é mais do que esperado. A criança acabará por cair e grande parte das vezes mal.

Quando o meu filho quer subir para algum lado a única ajuda que dou é por exemplo colocar o meu joelho ou a minha mão para servirem de degrau. Incentivo muito a fazer atividades que sejam desafiantes mas nunca focando o objectivo na minha ajuda. Que me lembre ele nunca me chamou para o tirar de lado nenhum e também não me lembro de ter caído mal por ter subido a algum lado e devo dizer que as vezes me surpreende com os desafios que procura. É fundamental que em qualquer atividade a criança seja autónoma, forçá-los, diminuirá a confiança que têm em si.

E por aí como funciona?

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