Observar para melhor educar


Despender tempo a observar atitudes e comportamentos de crianças é a forma que temos de melhor as conhecermos.

Observar é provavelmente a palavra que mais utilizo nas minhas formações.

Como pode um professor diferenciar o ensino se não souber exatamente o que cada criança já faz?

Como podem os pais acompanhar o desenvolvimento dos seus filhos se não os observarem?

Já experimentou observar o seu filho a fazer alguma coisa sem intervir? Sem o ajudar?

 

Cada criança tem o seu próprio ritmo e só podemos ajudá-las se soubermos exatamente o que fazem.

As expectativas devem ser criadas de acordo com as crianças, não é por um livro dizer que aos X meses/ anos as crianças já fazem Y que todas as crianças o façam. Cada criança tem o seu próprio ritmo e interesse. As crianças são curiosas, observadoras e absorvem tudo o que veem. Compete-nos a nós adultos ter a capacidade de os ajudar a desenvolverem-se no caminho escolhido por elas.

Pedir a uma criança que não faça algo porque não é para a idade dela é “castrador”. É preferível observar, saber o que faz e adaptar da forma que lhe pareça mais sensata. Imagine que estava a prestar muita atenção a alguma coisa e que estava tão motivado que queria experimentar e alguém resolvia que aquilo não era para si. O que sentiria? Sentir-se-ia certamente frustrado. O que faria a seguir? Será que não perdia o entusiasmo para a exploração?

O meu filho com um ano já gostava de participar no preparo das refeições, podia ter assumido que era muito novo mas resolvi observar as vontades dele. Às tantas para meu espanto ele já partia os ovos, sem que houvesse “acidentes”. Arranjei-lhe uma faquinha especial, que só tinha formato de faca, que não cortava. E deixava-o participar ativamente na preparação da comida. Podia dar exemplos de muitas outras coisas. Vale a pena deixar que eles comandem o que querem aprender e quando.

Observar não é apenas estar ao lado da criança, é muito mais do que isso. Aqueles momentos em que nos esquecemos “de onde estamos” porque olhamos para os écrans podem muito bem ser substituídos por uma observação que nos vai permitir admirar as crianças de outra forma e quem sabe educar de uma forma mais positiva.

Costuma observar os seus educandos? E o que constata? Acha que deva ser uma mensagem importante para quem não o costuma fazer? Partilhe! Pode ser importante para quem não o faz.

 

Resposta ao post anterior - “A importância da comunicação na educação”

Recebi muitas mensagens no post anterior e algumas dessas pessoas tiveram a coragem de me dizer que não falavam ou que não conseguiam falar com os bebés. Deixo então aqui algumas dicas para começarem a integrar isso como parte da rotina:

- Quando trocar o bebé informe-o que o vai trocar, descreva o que está a fazer, o que necessita que o bebé faça (por exemplo que eleve o braço).

- Quando sair informe-o onde vão, como e com quem. Muitos dos choros evitam-se com essa atitude.

- Quando o alimenta diga-lhe o que vai comer (se for só leite diga na mesma, será uma informação útil).

- Quando o vai deitar antecipe dizendo o que vai acontecer.

- Leia livros desde cedo.

- Cante, músicas infantis ou outras.

-… e acima de tudo comunique visualmente. Os bebés adoram e ajuda-os a desenvolverem-se.

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